Confira as regras de cada programa; incluindo quanto você precisa ganhar para trabalhar remotamente nesses lugares
A Guatemala foi um dos países onde a engenheira e nômade digital Isabela Bellintani passou nos últimos meses (Foto: Isabela Bellintani/Acervo pessoal)
Eram feriados, finais de semana e aniversários longe da família. Trabalhando na indústria, a engenheira Isabela Bellintani, 28 anos, tinha escalas que não paravam nem mesmo na pandemia. Morar em outro estado também complicava as coisas: a empresa era em Recife e, antes disso, trabalhava em Campinas (SP). Só que a própria pandemia trouxe um novo horizonte para Isabela.
Aos poucos, quando as coisas começaram a reabrir em 2021, ela voltou a viajar para dentro do Brasil. Em cada hostel que se hospedava, via que havia gente trabalhando de forma remota e pessoas que começaram a fazer isso justamente após a covid-19.
“Elas estavam trabalhando e viajando porque as empresas decidiram não voltar. Então, comecei a buscar vagas de trabalho remoto porque era isso que eu queria para minha vida”, conta.
Foi assim que Isabela descobriu como era viver como nômade digital - alguém que trabalha online e, por isso mesmo, não precisa estar ligado a uma estrutura física. Ou seja: sem nenhuma exigência além de uma conexão com a internet para executar o mesmo serviço, esse profissional pode trabalhar em qualquer lugar do mundo.
O CORREIO levantou ao menos 30 países que já criaram vistos para essa modalidade de residência - entre eles, há desde os que apenas anunciaram todas regras até os que já implantaram os programas por completo. As normas variam, mas há dois aspectos que costumam ser comuns a todos: a pessoa precisa comprovar que tem meios para se sustentar naquele período e ela não pode trabalhar para uma empresa daquele país. Em geral, muitos nômades digitais trabalham para companhias de seu próprio país.
O número total de nações que já têm espaço para nômades digitais ficarem mais tempo, porém, pode ser muito maior. Há cerca de 50 países ao redor do globo que anunciaram a intenção de ter vistos específicos para profissionais que trabalham de forma remota. Além dos que ainda não divulgaram as regras, há casos de países que não aceitam brasileiros com esse visto, como a Austrália, e do próprio Brasil.
No caso de Isabela, a nova rotina veio também com uma mudança de área. Hoje, ela atua no setor de experiência do cliente. “Fiquei um mês e meio no apartamento, porque era uma empresa nova, um modelo de trabalho novo e eu queria entender como funcionava. Depois de um mês e meio, parei de alugar o apartamento. Doei a maioria das coisas, outras deixei com meus pais e comecei a viajar”, conta.
Essa nova vida veio há exatamente um ano, em novembro do ano passado. Para conseguir embarcar, ela fez um cálculo com despesas fixas que iam desde o aluguel até o pagamento da diarista, para saber quanto poderia gastar. Nos seis primeiros meses, ela viajou pelos estados brasileiros. Após esse período, Isabela pegou um voo só de ida para o Peru e foi subindo até Belize, na América Central, de ônibus. “Fiquei praticamente um mês em cada país. Alguns são menores e passei menos tempo”, diz ela, que ainda passou por Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua e Guatemala antes de voltar ao Brasil, há pouco mais de um mês.
Isabela passou por América do Sul e Central nos últimos meses, enquanto trabalhava à distância (Fotos: Acervo pessoal)
Vistos
Na prática, há duas formas de ser nômade digital. Quando alguém fica por um tempo mais curto em um determinado país, é comum que esses profissionais viajantes escolham o status de turista - por exemplo, menos de três meses, que é o máximo que alguém pode permanecer na maioria dos países apenas com visto de turista. Nesse período, a pessoa continua trabalhando para a organização que não tem sede naquele país em questão.
E há os vistos específicos para nômades digitais, que permitem estadia de pelo menos seis meses no local. A maioria, porém, autoriza a residência por um ano com possibilidade de renovação. Esse é o caso de Portugal, um dos países preferidos dos brasileiros, que lançou seu visto para nômades digitais em julho e começou a receber solicitações no mês passado.
Com planos de viajar pelo Brasil até fevereiro, Isabela deu entrada no visto de nômade digital português para o ano que vem. A ideia dela é passar três meses na União Europeia e seguir mais um período por países como Inglaterra, Turquia e Marrocos.
Mas ela sabe que essa nova vida deu certo por razões que vão desde o desapego com coisas materiais até a facilidade para se concentrar.
“Tem muita gente que precisa ter uma casa, um lugar e acumular coisas. Nunca fui assim. Além disso, eu consigo me concentrar muito fácil. Existem lugares com co-working, mas tinha lugares em que eu fui que não tinham a menor estrutura para trabalhar. Como tenho facilidade de concentração, foi tranquilo”, diz ela, que sugere a criação de uma rotina.
Hoje, ela tem inclusive ajudado outras pessoas a identificar vagas de trabalho remoto para começar a viver como nômade digital. Isabela diz que, desde que começou a trabalhar como nômade digital, passou muito mais tempo com os pais do que antes, já que só podia visitá-los em algum feriado específico.
Segundo ela, uma das dicas é ficar mais tempo nos lugares para evitar o pensamento de que se está de férias. Assim, é possível trabalhar durante a semana - como aconteceria no Brasil - e conhecer o país nos finais de semana.
“Eu diria que estou aproveitando muito mais a minha vida. Voltei para Salvador e passei um mês, mas chegava a ser agoniante quando eu via que estava só numa rotina de acordar, trabalhar, academia e acabou o dia. Quando você está viajando, você quer aproveitar mais. No fim de semana, sempre vai ter algo diferente, porque aquela não é sua cidade”, analisa.
Direitos
De fato, equilibrar essa sensação de que se está de férias sem estar é um desafio, na avaliação da professora de Direito do Trabalho Adriana Wyzykowski, docente da Faculdade Baiana de Direito, da Ufba e da Uneb. Ela cita as diferenças de fuso horário e os critérios para promoção e criação de laços dentro da empresa.
“O sindicalismo e a representatividade da classe trabalhadora podem ficar prejudicados em face da distância, o que comprometeria a busca por melhorias em termos de condições laborais e sociais”, analisa.
Outro desafio é consolidar um ambiente de trabalho equilibrado e capaz de promover saúde e segurança aos funcionários nômades. “Esse modelo, contudo, pode ensejar aos empregados melhor conciliação da vida privada com a vida laboral, economia de tempo com deslocamento, além de promover experiências culturais e relacionais em face das diversas moradias”, acrescenta.
Pela legislação trabalhista brasileira, o trabalho que é feito no estabelecimento do empregador não tem distinção daquele que é executado na casa do empregado, assim como o que é feito à distância, desde que sejam observados os requisitos para uma relação empregatícia.
No entanto, como explica a professora Adriana, o trabalho do nômade digital sofre com a ausência de uma regulação específica, ainda que exista a compreensão de que, em relação aos direitos trabalhistas, se o contrato foi realizado dentro das fronteiras brasileiras, deve ser submetido à ordem jurídica trabalhista daqui.
“Diante da ausência de regulamentação específica, recomenda-se que a empresa realize um aditivo contratual observando as particularidades e condições do trabalho nômade”, diz ela, citando o artigo da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) a respeito da aplicação do contrário.
Pelo artigo 75-C da CLT, o empregador não seria responsável pelas despesas resultantes do retorno ao trabalho presencial se o empregado escolher a modalidade de trabalho remoto fora da localidade prevista em contrato.
Para a jurista, esse aspecto pode ser delimitado em contrato para evitar que o empregado seja surpreendido por alguma determinação de retorno ao trabalho presencial, depois de ter feito investimentos e gastos com viagens.
“Não podemos romantizar o anywhere office. Como garantir, por exemplo, que o ambiente de trabalho deste empregado seja seguro, promovendo sua saúde? A legislação atual sobre o teletrabalho é problemática neste sentido, uma vez que entende que basta o empregador instruir os empregados para evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Se um teletrabalhador em solo nacional já encontra dificuldades de ter garantido seu direito ao meio ambiente de trabalho equilibrado, imagine a situação de um nômade digital?”, pondera.
Custos
O custo do visto de nômade, porém, pode ser alto em alguns países, devido às cotações do dólar e do euro, usadas como referência para a maioria deles. O investimento maior nem é tanto para aplicar, mas para comprovar uma renda mínima mensal. Dentre os países pesquisados, a Islândia tem a maior exigência: faturamento mensal de 1 milhão de coroas islandesas, algo em torno de R$ 37,8 mil em valores da última semana.
Há, ainda, casos de menos exigência de renda, como a Colômbia (US$ 900 por mês) e alguns países que não estipulam nenhuma quantidade específica, apenas que a pessoa comprove que tem como se manter no período que permanecer lá. Em comparação, o Brasil não faz exigências muito diferentes para estrangeiros que querem vir para cá com visto de nômade digital. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, um dos critérios é comprovar uma renda mensal de US$ 1,5 mil ou ter US$ 18 mil em uma conta bancária.
Apesar dessas exigências, a consultora financeira Mari Ferreira, 33, explica que é possível gastar pouco sendo nômade digital. Uma das primeiras dicas é buscar lugares que não sejam caros - e isso inclui evitar destinos como Canadá, Estados Unidos e Londres. Até na América do Sul, por exemplo, há países mais caros que outros - a Colômbia, por exemplo, é um dos locais conhecidos por ter preços mais altos que a média.
“Na Argentina, não gasto nada além do que gasto aqui. Fiquei lá em janeiro e fevereiro e cada um gastou R$ 1,5 mil por mês. Ficamos num quarto e sala, jantei fora, comi uma parrilha maravilhosa e foi uma vida confortável. Se é caro demais, não faz sentido para mim, porque vou chegar lá e ficar comendo pão”, lembra ela, que decidiu ser nômade digital há pouco mais de um ano.
Depois de trabalhar por 13 anos em um banco, ela decidiu mudar as coisas. Mari viajava uma vez por ano, como a maioria das pessoas que trabalhavam no regime CLT. Até que começou a namorar um alemão que vinha mais ao Brasil porque tinha mais flexibilidade.
"Ele vinha com frequência e eu naquela rotina. Com a pandemia, eu decidi sair do meu trabalho. Estava dando certo, eu tinha a consultoria de finanças e isso abriu a possibilidade de viajar mais. No primeiro momento, era mais para poder se ver, mas a gente decidiu morar junto. Até que decidimos não ter mais uma base tão fixa", lembra.
Organização
Originalmente radicada em Osasco (SP), ela já passou três temporadas em João Pessoa (PB), além de um período na Alemanha e outro na Argentina. Para evitar a burocracia, eles preferem vistos de turista mesmo. Assim, não podem passar mais de três meses na maioria dos países que visitam. Em dezembro, vão voltar novamente para a Alemanha.
Como seu namorado também é economista, os dois fazem planos financeiros. No meio do próximo ano, pretendem ir novamente para a Europa, além da Colômbia. O objetivo dos dois, trabalhando remotamente, era ter a facilidade de viajar e não ter muito o foco em morar em um mesmo lugar por períodos muito longos.
Mari esteve na Alemanha e também da Argentina, além de outros lugares do Brasil, no último ano (Foto: Acervo pessoal)
Ao mesmo tempo, Mari acredita que alguns países até dificultam propositalmente os vistos de nômade digital - a exemplo dos custos altos para comprovar renda. "Eles querem turistas, para fazer o dinheiro rodar rápido. Quando o nômade digital chega no país, ela mora lá e gasta pouco.
É muito diferente de quando eu vou visitar quando consumo numa cidade. Vou ficar num lugar mais baratinho ou num hotel melhor? Vou no melhor boteco ou no da esquina? Se eu vou ficar só dois dias, vou ficar no melhor lugar. Por isso, essa rotatividade de turismo vale mais a pena para alguns países do que o nômade", analisa.
Mari e o namorado também criaram uma espécie de agenda para o trabalho. Os dois tentam concentrar os afazeres em horários que não gostam de sair. Ainda assim, ela diz que tem uma rotina um tanto variável - atende os primeiros clientes às 9h, no horário de Brasília, e os últimos, às 20h.
Em alguns momentos, porém, ela diz que é comum se cansar de fazer turismo. Naqueles dias, a única coisa que um nômade digital quer fazer após o trabalho é voltar para casa e descansar.
"É muito vida normal, mas com uma qualidade de vida muito melhor. Sempre fui de sair à noite, por exemplo, mas aqui a gente nunca foi de ir a um parque caminhar. Se ia no mercado, pegava o carro para ir. Fora, a gente caminha muito, se exercita muito, treina muito a questão do idioma", diz.
Doutor em Psicologia Organizacional, Hugo Sandall reforça que a pessoa que trabalha e tem liberdade de onde estar precisa ter flexibilidade. Não é incomum que o horário de atividades sofra efeitos do fuso horário. Além disso, segundo ele, demandas de trabalho costumam ser 20% maiores no teletrabalho.
Também é importante considerar custos emocionais e cognitivos oriundos de mudanças constantes de moradia e local.
“Criar hábitos tem uma importante função para o ser humano que é permitir economia cognitiva. Viver se adaptando a um local é extremamente cansativo e essa demanda precisa entrar na conta de quem faz essa escolha”, diz o pesquisador, que é vice-presidente da Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho e criador do Performapa, um modelo de autogestão do desempenho profissional.
Seja no trabalho presencial ou remoto, ele explica que as organizações devem cuidar da saúde global dos empregados. Além da exigência legal, seria um investimento que é revertido em comprometimento e produtividade.
“Quando fazem de fato gestão dos riscos à saúde, vários elementos da gestão que podem estar causando danos à saúde devem ser observados. Entre eles, podemos apontar a qualidade da liderança, aspectos do desenho do trabalho como a atribuição e divisão de tarefas, as formas de apuração do desempenho e o nível de capacitação oferecido”, acrescenta, citando, ainda, a avaliação das condições de trabalho inclusive quando a pessoa está em trânsito.
Conheça 30 países que contam com visto para nômades digitais
1. Alemanha
É um dos países onde não existe renda mínima para quem aplicar para esse tipo de residência, mas exige que a pessoa comprove que tem meios de se manter durante o período. Lá, a modalidade é chamada de visto de freelancer e um dos critérios também é apresentar um plano de freelancer e cartas de futuros clientes que vivem na Alemanha. É possível permanecer no país por até três anos.
Para maiores dúvidas, visite o site.
2. Antígua e Barbuda
O país caribenho também permite que pessoas com 18 anos ou mais trabalhem de forma remota. É preciso ter uma renda mínima anual de US$ 55 mil e pagar a taxa de aplicação para o visto (para solteiros, custa US$ 1,5 mil). Essa modalidade permite ficar no país por até dois anos. Para mais informações, acesse.
3. Argentina
O programa foi lançado este ano e permite a estadia por 180 dias. De acordo com o site do governo, é preciso apresentar documentação como contrato e aval da empresa, mas outros elementos podem ser solicitados pelas autoridades do país. Não há informações ainda sobre o valor que deve ser comprovado de rendimento.
Confira mais informações no link.
4. Bahamas
O programa permite a estadia no país por um ano, com possibilidade de renovação por até duas vezes - ou seja, é possível permanecer por até três anos. Neste caso, não é necessário provar nenhum valor específico de renda mínima - apenas apresentar uma carta do empregador que prove que a pessoa consegue se manter. Apesar disso, é preciso pagar as taxas de residência, que são de US$ 1 mil para cada aplicante. Se houver dependentes, a situação vai depender de cada caso: se a outra pessoa também trabalha remotamente, ela deve pagar US$ 1 mil, mas se é alguém que estuda remotamente, o valor é de US$ 500. Para maiores informações, acesse o site.
5. Barbados
O visto batizado de 'Barbados Welcome Stamp' custa US$ 2 mil por pessoa ou US$ 3 mil para uma família. O país exige comprovação de rendimento anual de US$ 50 mil para ficar por um ano.
Para mais informações, confira o site.
6. Bermudas
Também considerado um dos países mais fáceis para aplicar para esse visto, as Bermudas exigem comprovante de vínculo empregatício (em caso de alguém que trabalha para si mesmo, algum documento comprobatório), sem necessariamente um valor mínimo de renda. O pedido de visto custa US$ 263 e deve ser feito online, preferencialmente um ou dois meses antes da viagem.
A permissão vale por 12 meses. Consulte o site oficial do país.
7. Chipre
Criado em 2021, o visto de nômade digital no Chipre hoje permite até 500 autorizações de residência nesse modelo no país. Para ser elegível, é preciso comprovar um rendimento estável de no mínimo €3,5 mil, em valor líquido. O visto autoriza viver no Chipre por um ano, com possibilidade de renovação por mais dois anos. Cônjuges e filhos menores de idade podem permanecer pelo mesmo período. Para maiores informações, consulte o link.
8. Colômbia
No país vizinho, a validade desse tipo de visto dura dois anos, mas os nômades digitais só podem permanecer por até 180 dias por ano. Entre as exigências, estão a comprovação de rendimento de U$ 900 por mês, além de seguro de saúde internacional e de uma carta escrita pelo empregador que confirme que a pessoa trabalha remotamente. Para maiores informações, acesse o site.
9. Costa Rica
Interessados devem ter uma renda mínima de US$ 3 mil por mês ou fazer um depósito de US$ 60 mil em um banco da Costa Rica. Nômades digitais podem ficar no país com esse visto por 12 meses e renovar por mais um ano. Para mais detalhes, acesse o site.
10. Croácia
Permite que nômades digitais fiquem no país por até 12 meses, sem possibilidade de renovação. São elegíveis apenas pessoas que recebem, no mínimo, 17.822,50 kunas croatas por mês - o equivalente a mais de R$ 12,8 mil mensais. Isso deve ser comprovado com extratos bancários dos seis meses anteriores à solicitação. A outra opção é ter 213.870 kunas croatas na conta bancária - o valor para um ano (algo em torno de R$ 153 mil). Confira mais detalhes no site oficial.
11. Curaçao
O país criou o programa @Home in Curaçao, que inclui nômades digitais como uma das categorias. Neste caso, é possível ficar por seis meses com chance de prolongar pelo mesmo período. Não há exigências específicas quanto a renda mínima, mas é preciso apresentar uma garantia de contrato com uma empresa estrangeira ou algo semelhante. O pedido do visto para nômades digitais custa US$ 294.
Confira mais informações no site oficial.
12. Dominica
Outro país caribenho a adotar um programa como esse, Dominica oferece a possibilidade de nômades digitais permanecerem em seu território por até 18 meses. É possível solicitar esse visto se você tem 18 anos ou mais e tem uma renda de pelo menos US$50 mil anuais (ou consiga comprovar meios para se sustentar e bancar eventuais dependentes). Acesse mais detalhes no site oficial.
13. Dubai (Emirados Árabes)
Nesse caso, o programa para nômades digitais é específico da cidade de Dubai, nos Emirados Árabes. Entre os requisitos, está a comprovação de renda mensal mínima de US$ 5 mil. A solicitação custa US$ 611 e a permissão vale por um ano. Para renovar, é preciso aplicar novamente.
Para maiores informações, acesse o site.
14. Espanha
O novo visto foi aprovado pelo parlamento espanhol este mês e as solicitações devem começar a partir de janeiro. A permissão vale por um ano e pode ser renovada por até cinco anos. É preciso comprar que a pessoa trabalhou remotamente pelo menos um ano antes de aplicar para o visto. Ainda não está definido quanto será a renda mínima exigida no país, mas a imprensa espanhola divulgou que deverá ficar em torno de €2 mil a €3 mil por mês.
15. Estônia
O país permite a estadia de nômades digitais por um ano. A renda da pessoa deve ter sido de €3504 nos seis meses anteriores ao pedido do visto. Para maiores informações, acesse o site oficial do programa.
16. Geórgia
O processo para aplicar para o visto de nômade digital é considerado um dos mais simples, entre os países que o oferecem, chegando a durar apenas dez dias úteis para o pedido ser processado. É preciso ter seguro saúde e rendimentos de US$ 2 mil mensais (ou ter US$ 24 mil na conta bancária). É possível ficar por até um ano no país.
17. Hungria
Na Hungria, a permissão de nômade digital exige a comprovação de uma renda mensal de pelo menos €2 mil, além das taxas para o visto. É possível no país por um ano, com a possibilidade de estender para, no máximo, o segundo ano. Para maiores informações, acesse o site.
18. Ilhas Cayman
Para ser elegível para essa modalidade, é preciso comprovar renda anual mínima de US$ 100 mil. O valor pode passar a US$ 150 mil, se for um casal, ou a US$ 180 mil, quando se trata de casais com filhos. A solicitação de permanência exige um depósito de US$ 1469, com acréscimo de US$ 500 por dependente. O território ultramarino britânico se destaca como uma das localidades que permite maior período desde o início - é possível ficar por dois anos nas ilhas.
19. Ilhas Maurício
Esse país insular no Oceano Índico também oferece a possibilidade de residência por um ano. Esses profissionais, no entanto, devem garantir que recebem ao menos US$ 1,5 mil (com outros US$ 500 por dependente até 24 anos, se houver). O pedido de visto é gratuito. O formulário pode ser encontrado online no site.
20. Islândia
Com o visto, é possível ficar na Islândia por um período entre 90 a 180 dias. É preciso garantir um salário mensal de 1 milhão de coroas islandesas - em valores da última semana, isso seria o equivalente a pouco mais de R$ 37,8 mil por mês. Para maiores informações, acesse o site.
21. Itália
Desde março, a Itália aprovou o visto, mas ainda não abriu para receber solicitações. A expectativa é de que comece ainda este ano. Será permitido ficar no país por um ano, com possibilidade de renovação. A pessoa deve comprovar que teve renda mínima de €8,5 mil no ano anterior.
22. Letônia
O país foi um dos que aprovou essa modalidade de visto em 2022. O tempo de permanência é de um ano, com possibilidade de renovar para o segundo ano. Depois de dois anos, a pessoa terá que mudar de status de residência temporariamente ou sair do país por pelo menos seis meses. Somente depois é que pode aplicar para um novo visto. Para ser elegível, é preciso receber no mínimo €2,875.50.
23. Malásia
Um dos países mais recentes a permitir nômades digitais, a Malásia lançou em outubro o DE Rantau Nomad Pass. Viajantes podem ficar por 3 a 12 meses no país, com possibilidade de renovar por mais um ano. A taxa para aplicar é de 1 mil ringgits malaios - algo em torno de R$1.167. A pessoa precisa ter renda mínima anual de US$ 24 mil.
Para maiores informações, consulte o site oficial.
24. México
Exige que o nômade digital comprove uma renda mínima de US$2,6 mil por mês. É possível ficar no país por um período entre 180 dias a quatro anos. Confira mais detalhes no site.
25. Monserrate
A ilha, que é um território ultramarino britânico, criou o Montserrat Remote Work Stamp. De acordo com o programa, nômades digitais podem viver no local por 12 meses, com possibilidade de renovação. Entre os critérios, estão a necessidade de pagar U$ 500 para aplicar para o visto e ter renda mínima anual de US$ 70 mil.
Para maiores informações, acesse o site.
26. Montenegro
O país anunciou esse ano que está implementando o seu programa de vistos. A previsão é de que tenha sido concluído nos próximos meses. Nômades digitais poderão permanecer no país por dois anos, com possibilidade de renovação para outros dois. Ainda não há informações quanto à renda que deve ser comprovada para aplicação.
27. Namíbia
Para solicitar a permissão de moradia, é necessário comprovar renda mínima mensal de US$ 2 mil. Se a pessoa tiver cônjuge, deve ter ao menos mais US$ 1 mil e outros US$ 500, se tiver filhos. O visto é válido por seis meses e a solicitação custa US$ 62. Conheça mais sobre o programa no site.
Um dos países preferidos dos brasileiros, Portugal deu início ao visto de nômades digitais nos últimos meses. Para se adequar, é preciso comprovar um rendimento salarial quatro vezes maior do que o salário mínimo português atual - ou seja, como o salário base é de €705, a comprovação para essa modalidade de visto é de €2.820.
O país começou a aceitar pedidos no último dia 30 e a permanência vale por um ano, com possibilidade de renovação por até cinco anos.
29. Tailândia
Na Tailândia, o visto de nômade digital está incluído no Thailand Long-Term Residency Visa, que permite ficar no país por 10 anos. É preciso comprovar uma renda de US$ 80 mil nos dois anos anteriores. Se a pessoa tiver renda entre US$ 40 mil e US$ 80 mil, ainda pode conseguir a permanência, se atender a critérios como ter um diploma de mestrado. Donos de empresas privadas devem ter tido um lucro de pelo menos US$ 150 milhões nos últimos três anos.
30. Tchéquia
Conhecido também como República Tcheca, o país tem um programa de permanência de longa duração que dá direito a ficar por, no máximo, 365 dias trabalhando como freelancer.
A pessoa deve ter currículo online, um plano de negócios, um site e cartão de visitas. É necessário ter pelo menos 124.500 coroas tchecas na conta bancária (algo em torno de R$ 27,7 mil), comprovante de acomodação e seguro saúde.
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