A pernambucana Fabíola foi diagnosticada com trombose depois que seu filho caçula nasceu, mas a descoberta tardia fez com que sua perna precisasse ser amputada
Fabíola teve a perna amputada aos poucos, e agora precisa de uma prótese
Somos ensinados a acreditar no amor romântico e eterno, sempre pensando nos contos de fadas e imaginando o príncipe ou princesa perfeitos. Mas quando nos deparamos com a realidade, percebemos que nem sempre é assim que as coisas acontecem.
A quantidade de mulheres chefes de família, encarregadas da criação dos filhos sozinhas, é enorme. Em muitos desses casos, os genitores nem sequer pagam a pensão a que a família tem direito.
Fabíola da Silva, de 30 anos, que mora em Recife (PE), foi diagnosticada com trombose na perna esquerda logo após o nascimento do quarto filho. Como os médicos souberam tardiamente da doença, foi preciso amputar o membro para salvar a vida da mulher.
A mãe de quatro crianças perdeu o pai em maio do ano passado, vítima da covid-19, enquanto gestava seu filho caçula. Fabíola contraiu o vírus, e uma semana depois do diagnóstico, começou a ter contrações e acabou dando à luz seu filho dentro de casa, ainda no oitavo mês de gravidez.
Pouco mais de duas semanas depois, Fabíola começou a sentir algo estranho na perna, aquela sensação causava muito incômodo, bem como a cor estranha do membro. A mãe não hesitou e procurou um médico, mas o diagnóstico de trombose foi descartado, sendo-lhe indicado procurar um especialista.
Alguns amigos a ajudaram e ela conseguiu fazer uma consulta particular, mas como não tinha renda suficiente, não pôde fazer os exames prescritos. Como ainda não havia solucionado o problema, Fabíola voltou para o setor público, onde novamente a trombose foi descartada. Porém, alguns dias depois, ela notou que seus dedos do pé começaram a infeccionar e ficar pretos, logo depois de cortar as unhas.
Assim que chegou ao hospital, Fabíola foi diagnosticada com trombose em sua artéria e precisou ficar internada por muitos meses. As amputações começaram aos poucos, primeiro os médicos tiraram seus dedos, depois uma parte do pé direito, sempre com sinais de que o sangue não estava chegando aos tecidos.
Teve alta, mas precisou voltar ao hospital porque sentia muitas dores, e os médicos logo perceberam que o sangue não circulava pela perna esquerda inteira, e precisaram amputá-la abaixo do joelho. Como não dispõe de renda para comprar uma prótese, a mãe perdeu a mobilidade, tendo de mudar completamente de vida, que era muito ativa.
Logo que Fabíola foi internada pela primeira vez, antes mesmo de ser submetida à primeira amputação, seu marido e pai dos quatro filhos, abandonou-a. Até hoje, quase um ano depois da cirurgia, ele nunca arcou com nenhum custo dos filhos, deixando-a completamente sozinha com as crianças de 8, 6, 5 e 1 ano.
Fabíola mora com a mãe, de 55 anos, e um irmão adotivo, que foi diagnosticado com autismo, teve o auxílio emergencial negado e precisa de ajuda para sobreviver. Na internet, organizaram uma vaquinha para que ela possa comprar uma prótese e recuperar sua mobilidade.
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