*Adauto Ribeiro Repórter — Jornalismo — CRIMES POLICIAIS: Policial é investigado — Debatedores manifestam posições — Morre aos 81 anos — Indicações de ministros
*José Adauto Ribeiro Ribeiro da Cruz, Jornalista, Político Filiado ao União Brasil, Secretário Geral da Assembleia Popular Para Criação do Estado de Santa Cruz, Fundador do Movimento Pelo Bônus Regional de 20%, Coordenador do Movimento Vetor Militar Disciplinar em Itabuna e Ativista Social.
Debatedores manifestam posições antagônicas sobre o Projeto de Lei dos Agrotóxicos
A Comissão de Agricultura (CRA) realizou nova audiência sobre o PL 1.459/2022, que acelera liberação de agrotóxicos — Pedro França/Agência Senado
Na terceira audiência pública para debater o projeto de lei que estabelece novas regras para o uso de agrotóxicos (PL 1.459/2022), as divergências entre os riscos à saúde humana e à proteção do meio ambiente e a busca de mudanças na norma persistiram como pontuações antagônicas entre os debatedores e parlamentares, presentes nesta terça-feira (22) na Comissão de Agricultura (CRA). Para a ONU, o Brasil tem oportunidade de dar um sinal positivo de compromisso com o meio ambiente ao rever a atual proposta.
A proposta em discussão é bem diferente da inicial. O PL 1.459/2022 é um substitutivo da Câmara dos Deputados ao PLS 526/1999, apresentado originalmente pelo então senador Blairo Maggi. A matéria está em tramitação no Parlamento há 23 anos.
— Mesmo que essa seja uma Casa política, pautamos o debate com base na ciência, privilegiando a saúde humana e animal e o meio ambiente. (...) Essa audiência tem como objetivo ampliar ainda mais o debate sobre os pesticidas para possibilitar, se necessário, os últimos ajustes do projeto de lei — disse o presidente da CRA e relator da matéria no Senado, senador Acir Gurgacz (PDT-RO).
A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) contestou o projeto e apontou pontos polêmicos, como a concentração do poder decisório no Ministério da Agricultura e a maior facilitação para a liberação dos agrotóxicos.
— Para liberar um medicamento comum precisa da Anvisa [Agência de Vigilância Sanitária], mas para o agrotóxico, que atinge a saúde humana, vamos tirar a Anvisa? (...) A causa da demora na análise é a falta de profissionais — argumentou a senadora.
Relator da matéria na Câmara dos Deputados, o Deputado Luiz Nishimori (PSD-PR) disse que após a longa tramitação no Congresso, o projeto precisou ser modernizado.
— Esse projeto foi muito bem debatido. A nossa a agricultura vai ganhar muito e vai propiciar alimentos mais seguros — declarou.
O atual texto altera a nomenclatura “agrotóxicos”, assim definida na Constituição Federal, para “pesticidas e produtos de controle ambiental e afins”. Segundo o deputado, o Brasil é o único país do mundo a adotar a nomenclatura agrotóxico. Ele também defendeu o registro temporário, diante da demora de liberação desses produtos no país.
— Na Anvisa, tinha 2 mil produtos em fila. Não tem com continuar, porque em outros países são seis meses, um ano. 95% dos produtos que encontramos eram genéricos, ou seja, aqueles que já são usados há mais de 30 anos. Aprovando esse projeto no Senado, o Brasil, que é líder de exportação, se tornará líder de segurança alimentar no mundo.
Direitos de todos
Mas o representante da Organização das Nações Unidas (ONU) não vê com bons olhos essa proposta. Relator especial sobre Tóxicos e Direitos Humanos desse organismo, Marcos Orellana enfatizou que a liberação de químicos sintéticos no meio ambiente, incluindo pesticidas, superou a fronteira sanitária para a saúde.
— Os pesticidas não são necessários para enfrentar a fome no mundo. O planeta cultiva suficiente comida, mas faltam medidas para uma melhor distribuição. A carga de químicos, a nível global, superou a fronteira do que o planeta pode absorver.
Orellana — assim como já feito por outros senadores, como Eliziane Gama (Cidadania-MA), Fabiano Contarato (PT-ES), Paulo Rocha (PT-PA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Humberto Costa (PT-PE) e Jaques Wagner (PT-BA) — questionou a promoção de debates somente na CRA, e não nas comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Direitos Humanos (CDH).
— Apontamos a falta de um debate profundo sobre esse projeto, que traria ao Brasil sérios impactos aos direitos humanos, [que inclui medidas] como remover as autoridades de meio ambiente e de saúde do processo de registro.
Para o relator da ONU, o projeto em discussão deixa de lado critérios científicos para a avaliação dos pesticidas e quem sofre os impactos são pessoas, grupos e povos em situação de vulnerabilidade.
— As pessoas que sofrem os danos não são as mesmas pessoas que se beneficiam [da liberação de agrotóxicos]. Todas as pessoas têm direitos e ninguém deveria ser sacrificado em sua saúde para benefício de uma pessoa ou de uma empresa — afirmou.
Não deveria ser possibilitada, segundo Orellana, a criação de um registro temporário. Ele destacou que houve aumento descontrolado de consumo de pesticidas em todo o mundo e que o Brasil está entre os três países que mais utilizam agrotóxicos.
— Também vemos com grande preocupação que o PL permita a produção de pesticidas já proibidos para exportação — disse Orellana.
Ao rever essa proposta, o Brasil tem uma oportunidade de dar um sinal positivo de compromisso, assim como garantir a todos o direito de viver em um meio ambiente limpo, saúde e sustentável, segundo o relator da ONU.
Anvisa
Da mesma forma, a gerente de Monitoramento e Avaliação de Risco da Anvisa, Adriana Torres de Sousa Pottier, questionou a ingerência na autonomia da agência quanto às responsabilidades que lhe cabem na liberação dos agrotóxicos.
O primeiro ponto controverso, segundo Adriana Pottier, seria a exclusão da Anvisa do processo de reanálise ou reavaliação dos agrotóxicos já registrados
— Os órgãos têm um papel unânime e cada um atua dentro da sua competência.
A Anvisa entende que cabe ao órgão da saúde a reavaliação toxicológica. A reavaliação ocorre quando há indícios de alteração do perigo ou do risco do produto, e quando há alterações internacionais de riscos não aceitáveis. É bastante relevante que a Anvisa seja mantida como órgão reavaliador.
Outra questão é a exclusão da Anvisa do processo de divulgação dos resultados do monitoramento de agrotóxicos em produtos vegetais. De acordo com o projeto, isso agora seria destinado somente ao Ministério da Agricultura.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária também ficaria fora, pelo projeto, da análise de propostas de edição e alteração de atos normativos sobre agrotóxicos.
— É importante que os prazos sejam adequados para assegurar uma avaliação robusta. (...) E isso [o projeto] leva à criação do registro temporário e autorização temporária, com a liberação de uso de agrotóxicos sem avaliação toxicológica — alertou.
A avaliação de risco deve englobar a equação entre perigo e exposição, segundo Adriana Pottier. Ela salientou ainda a possibilidade de exclusão do poder de veto da Anvisa ao registro de um agrotóxico. Atualmente, Mapa, Anvisa e Ibama têm igual poder de decisão no registro desses produtos químicos.
Inovação
Diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart enfatizou que não se atinge o nível de tecnologia que o Brasil possui nos campos sem se adotar ciência. Para o técnico, falta "maior diálogo entre o rural e o urbano".
— As inovações tecnológicas que hoje existem não cabem mais na legislação atual. As legislações não atendem mais adequadamente — disse o diretor, ao defender o PL 1.459/2022.
Segundo Goulart, o Ministério da Agricultura nunca defendeu a retirada do Ibama e a Anvisa do processo de liberação dos agrotóxicos, mas a seu ver pasta deveria ter a coordenação das políticas públicas de sanidade vegetal.
— Os agrotóxicos de alta periculosidade estão em descontinuidade no mundo e no Brasil isso não é diferente. O Brasil continua com a ordem que não se registra agrotóxicos mais tóxicos dos já existentes.
Para o diretor, vincular concessão de registro com uso é um erro muito grave de nexo causal e não adianta modernizar a lei sem possibilitar estrutura para os servidores.
— Precisamos de um sistema informatizado, lei e estruturação — resumiu.
Morre aos 81 anos cantor Erasmo Carlos; o Tremendão da Jovem Guarda
O Tremendão é autor de mais de 600 músicas — Foto: Guto Costa/Divulgação
O cantor e compositor Erasmo Carlos, de 81 anos, morreu nesta terça-feira (22) no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. Erasmo deixa a esposa e três filhos.
No último dia 2, o artista comemorou a alta após duas semanas de internação para tratar uma síndrome edemigênica. Mas Erasmo voltou a ser hospitalizado – ele chegou a ser intubado na última segunda-feira (21).
A doença ocorre quando há um desequilíbrio das forças bioquímicas que mantêm os líquidos dentro dos vasos sanguíneos e geralmente é causada por patologia cardíacas, renais e dos próprios vasos.
Ressuscitei no Dia de Finados e tive alta do hospital! Obrigado a Deus, a todos que cuidaram de mim, rezaram por mim e torceram pela minha recuperação… Essa foto com a Fernanda traduz como estamos felizes”, postou o cantor na ocasião, citando a mulher.
Mais de 600 músicas
Autor de mais de 600 músicas e de clássicos como “Sentado à Beira do Caminho”, “Minha Fama de Mau”, “Mulher”, “Quero que tudo vá para o inferno”, “Mesmo que seja eu” e “É proibido fumar”, o artista deixa uma legião de fãs e amigos que fez pela estrada.
Foi na Tijuca onde nasceu Erasmo Esteves, em 5 de junho de 1941. Grandes nomes da MPB participaram da infância do cantor, no bairro da Zona Norte do Rio, como Tim Maia e Jorge Ben Jor.
Na adolescência, gostava de se reunir com a turma no Bar do Divino, na Rua do Matoso. Foi nessa época em que ele conheceu Roberto Carlos, durante um concerto de Bill Haley no Maracanãzinho – o que teria aberto os olhos do carioca para começar seu próprio grupo.
Assim, antes da carreira solo, o artista passou por outros grupos musicais, como os Snakes, ao lado de outros tijucanos, mas que durou só até 1961.
Sem acreditar que conseguiria seguir sozinho na música, ele decidiu, então, trabalhar como assistente do apresentador e produtor Carlos Imperial, que o ajudou a dar o próximo passo, rumo a outro grupo musical.
Mais tarde, ele se tornou, então, vocalista do grupo Renato & Seus Blue Caps. Erasmo garantiu a contratação do conjunto por uma gravadora e fez sucesso em uma faixa ao lado de Roberto Carlos, marcando o início da parceria entre os dois. Erasmo compôs mais de 500 canções com o amigo.
“Erasmo Carlos”, portanto, não passava de um nome artístico em homenagem aos parceiros que estiveram com ele no início da carreira: Roberto Carlos e Carlos Imperial. Outros apelidos lhe acompanharam: Tremendão e Gigante Gentil.
Poucos anos depois, ainda nos anos 60, a dupla Roberto e Erasmo já se destacava como uns dos principais compositores da Jovem Guarda ao som do iê-iê-iê. Sob influência do pop britânico dos Beatles, o carioca se mudou para São Paulo e, com o passar dos discos, Erasmo se tornava ícone da bossa e da MPB.
Não muito tempo longe de casa, ele voltou a morar no Rio de Janeiro após gravar “Aquarela do Brasil”, em 1969. Em 1985, Erasmo esteve na primeira edição do Rock in Rio, nas plateias lamacentas.
Ainda em 2001, o cantor lançava seu 22º disco, “Pra Falar de Amor”, quando completou 60 anos. No ano seguinte, Erasmo reunia já 40 anos de carreira. Na comemoração dos 50 anos de estrada, a festa foi no Theatro Municipal do Rio.
Ao longo dos anos, grandes nomes se juntaram ao artista, como Chico Buarque, Lulu Santos, Zeca Pagodinho, Skank, Los Hermanos, Djavan, Adriana Calcanhotto, Marisa Monte, Frejat, Marisa e Milton Nascimento.
Em seu último aniversário, o Tremendão usou as redes sociais para fazer um post autobiográfico.
“Sou o resultado das minhas realizações…gols e bolas na trave fazem parte do jogo já que a vida é curta e minha vontade é eterna…sou o que pude e o que tentei ser plenitude…quis ser muitos e sobrou um quando dispensei meia-dúzia dos que não me souberam ser…contagiado pelo bem tornei-me um guerreiro da paz…o meu canto será ouvido assim como o som dos ventos, enquanto o sol brilhar e as lembranças resistirem…dei passos vendados em caminhos movediços para ser merecedor de um lugar no pódio do amor !!! FELIZ ANIVERSÁRIO PARA MIM !!!”, postou.
Indicações de ministros para o STJ seguem para o Plenário
Messod Azulay Neto, presidente do TRF2, foi aprovado por unanimidade pela CCJ para ministro do Superior Tribunal de Justiça; se confirmado pelo Plenário, substituirá Napoleão Maia — Pedro França/Agência Senado›
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta terça-feira (22) os nomes dos juízes federais Messod Azulay Neto e Paulo Sérgio Domingues para os cargos de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). As mensagens seguem para o Plenário, que dará a palavra final sobre as indicações dos novos ministros. O presidente do STJ, Humberto Martins, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, também do STJ, e o ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, acompanharam as sabatinas.
Natural do Rio de Janeiro, Messod Azulay Neto é o presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Professor universitário e desembargador desde 2005, é autor de diversos livros no campo do Direito. Azulay foi aprovado com 27 votos, unanimemente. Sua indicação (MSF 73/2022) foi relatada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ).
Azulay Neto ocupará, se confirmado pelo Plenário, a vaga decorrente da aposentadoria do ministro Napoleão Nunes Maia Filho. Durante a sabatina, ele destacou sua atuação à frente do TRF2, em especial na implantação do processo eletrônico. Azulay Neto também afirmou ser um juiz com perfil “garantista”, ou seja, defensor dos direitos fundamentais e das garantias processuais.
— Sou o que a doutrina nomeia de juiz garantista, comprometido com o cumprimento da Constituição e a defesa intransigente dos direitos e garantias individuais e a proteção do cidadão de possíveis excessos do Estado, partidário dos estudos do renomado jurista italiano Luigi Ferrajoli, que se sustentam nos princípios da legalidade estrita ou reserva legal da culpabilidade, da lesividade, da presunção da inocência, do contraditório, do devido processo legal e principalmente da dignidade da pessoa humana, corolário do Estado democrático de direito — declarou.
Domingues
Aprovado com 26 votos favoráveis e uma abstenção, Paulo Sérgio Domingues (MSF 74/2022) nasceu em São Paulo (SP), em 1966. Foi presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e é desembargador, desde 2014, no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3).
Em sua apresentação durante a sabatina, Domingues afirmou que o "diálogo entre os poderes" é fundamental para o fortalecimento das instituições e da democracia.
— O juiz atua na preservação da estabilidade da República. E nós temos em mente, senhoras e senhores, que cada Poder sozinho pode muito, mas não pode tudo. Há limites na atuação de cada um dos Poderes, e nós estamos atentos a isso na nossa atividade cotidiana e no diálogo interinstitucional — afirmou.
A indicação foi relatada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS). Questionado por Trad sobre os impactos do Novo Código de Processo Civil na Justiça, Domingues respondeu que o CPC ajudou a consolidar a conciliação e a mediação no sistema judiciário.
— Acredito que, se já havia movimentos nesse sentido vindos de dentro do Judiciário, já havia legislação anterior que comentava a conciliação e a mediação, o CPC de 2015 veio a deixar claro que o seu grande mote, o seu grande tema era permitir viabilizar que as partes se conciliassem e deixar a decisão jurisdicional como algo que vem a acontecer no momento em que isso não se torne possível — assinalou.
Se aprovado, Domingues ocupará a vaga decorrente da aposentadoria do ministro Nefi Cordeiro.
Dom Carlos Alberto dos Santos — Bispo Diocesano de Itabuna
Dom Carlos Alberto dos Santos – Bispo Diocesano de Itabuna
Oriundo de Tobias Barreto, Sergipe, estudou Filosofia e Teologia junto aos Salesianos, e foi ordenado sacerdote em 21 de maio de 1983 e incardinado na Arquidiocese de Aracaju.
Na capital sergipana foi Reitor do Seminário Menor Sagrado Coração de Jesus; Administrador Paroquial, Reitor do Seminário Provincial Nossa Senhora da Conceição; Assistente Espiritual da Renovação Carismática; Coordenador da Pastoral vocacional e dos ministérios; Diretor Espiritual do Seminário Menor, Pároco em várias paróquias, Responsável de formação dos diáconos; representante do clero; membro do Conselho presbiteral, do Colégio dos Consultores e do Conselho arquidiocesano pastoral.
Foi nomeado como bispo da Diocese de Teixeira de Freitas-Caravelas, em junho de 2005, pelo Papa Bento XVI, atualmente Papa Emérito, até abril de 2017.
Tomou posse como 5º Bispo da Diocese de Itabuna aos sete dias do mês de abril do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo e Nacional Mariano de dois mil e dezessete (2017), às 17:00 (dezessete) horas, na Catedral de São José nesta cidade de Itabuna, do Estado da Bahia.
Nomeação
O papa Francisco aceitou o pedido de renúncia ao governo pastoral da diocese de Itabuna (BA) apresentado pelo saudoso bispo dom Czeslaw Stanula. No mesmo ato, o pontífice nomeou como novo bispo diocesano, dom Carlos Alberto dos Santos, que era o bispo da diocese de Teixeira de Freitas (BA).
Sergipano, 61 anos de idade, ordenado padre em 1983, em Tobias Barreto (SE), dom Carlos Alberto dos Santos foi nomeado bispo em 15 de junho de 2005 e ordenado em 26 de julho do mesmo ano, em Aracaju (SE).
Atividades
Dom Carlos Alberto cursou Filosofia em Lorena (SP) e Teologia no Instituto Salesiano Pio XI, em São Paulo (SP). Em sua trajetória antes do episcopado, já atuou como reitor do seminário provincial Nossa Senhora da Conceição, em Aracaju (SE). Também foi responsável pela Pastoral Vocacional da arquidiocese de Aracaju (SE), assim como já foi membro do Conselho Presbiteral, do Colégio de Consultores e assistente espiritual arquidiocesano do Apostolado da Oração. Seu lema episcopal é “Per Mariam ad eucharistiam”.
CRIMES POLICIAIS: Policial é investigado por instalar rastreadores em integrantes da prefeitura de Itajaí
Vereadora de Itajaí é suspeita de instalar rastreadores em veículos de integrantes do governo – Foto: Reprodução
Polícia Civil investiga denúncias e fez buscas e apreensões na casa da vereadora, mulher de policial suspeito; dispositivos eletrônicos estavam registrados no nome dele
As investigações aprontam que o marido da vereadora instalou rastreamento ilegal no carro secretário de Desenvolvimento Econômico, Thiago Morastoni, antes a campanha dele a deputado estadual.
Ainda de acordo com as investigações, os dispositivos estavam registrados no nome do marido da vereadora que é policial civil. O responsável pelas investigações é o delegado Eduardo Ferraz que ainda não se manifestou à imprensa.
Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na casa da vereadora na manhã desta terça-feira – Vídeo: Reprodução/ND
O que dizem os envolvidos
A assessoria do prefeito Volnei Morastoni confirmou que Thiago descobriu o rastreador no carro no último dia 5 de agosto, registrou boletim de ocorrência e abriu uma notícia-crime, mas não divulgou o fato, preferindo aguardar o prosseguimento das investigações.
Ele inclusive seguiu usando o rastreador por mais 20 dias sob orientação da Polícia Civil. A forma como a assessora descobriu os rastreadores ainda não foi divulgada oficialmente. O secretário enviou uma nota esclarecendo o fato, confira na íntegra:
Sobre a operação da Polícia Civil desencadeada nesta terça-feira, que culminou no cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa de vereadora de Itajaí, cujo marido é policial civil e suspeito de ser o autor dos fatos, venho esclarecer que:
Tomei conhecimento da ação policial pela imprensa. Fui surpreendido pela notícia nesta manhã, uma vez que o referido processo corre em segredo de Justiça.
Como comentei anteriormente em entrevistão ao Diarinho, tomei conhecimento de que estava sendo rastreado ilegalmente no dia 5 de agosto, antes de iniciar o período de campanha eleitoral. Imediatamente procurei meu advogado, registramos o caso na Polícia Civil e oferecemos notícia-crime à Justiça. Sob orientação da própria polícia, não retirei o rastreador do meu veículo e segui por mais 20 dias com o equipamento acoplado na traseira do meu carro particular.
Toda essa situação é motivo de angústia e estresse para mim e toda a minha família. Jamais imaginei passar por situação semelhante. Primeiro ter meus passos ilegalmente monitorados e posteriormente precisar fingir que não havia descoberto o dispositivo para que a apuração dos fatos pudesse ser possível.
Foram dias de medo, inclusive, pelo que pudesse acontecer já que não temos qualquer noção do que estava sendo tramado. O rastreador ilegal foi colocado no carro que uso com minha família. Onde ando principalmente com minha esposa e filha inclusive nos fins de semana.
Minha surpresa com o cumprimento do mandado nesta terça foi ainda maior porque jamais poderíamos imaginar que pessoas tão próximas seriam capazes de atentar contra mim e contra a assessora direta do prefeito Volnei Morastoni, que também teve o veículo monitorado ilegalmente.
Tanto o suspeito de ser o dono do rastreador, o policial civil, quanto a esposa dele conviviam pacificamente comigo em eventos e nos espaços públicos, como no próprio gabinete do prefeito, onde sempre foram muito bem recebidos.
Infelizmente não faço ideia do que pode ter motivado tal ato criminoso. Essa dúvida é algo que me consome desde então. Mas conto com a investigação policial que, agora, conseguirá apurar o motivo para tanto eu quanto a assessora direta do prefeito Volnei Morastoni estarmos sendo monitorados.
Para nossa tranquilidade, esse fato está prestes a ser solucionado. Saberemos também se tal prática já foi aplicada outras vezes, talvez com outras pessoas, sem que fosse descoberta, o que é muito possível.
Sigo indignado que algo assim possa acontecer na nossa comunidade, envolvendo pessoas públicas e até então idôneas, mas também sigo creditando nas forças de segurança e na justiça.
O que diz vereadora
Vereadora afirma que o processo é direcionado ao marido dela, não sendo envolvida no caso e que as investigações correm em segredo de Justiça. Confira na íntegra:
Lamento, mais uma vez, o uso político das instituições na tentativa de abalar minha imagem. Após não terem sucesso em investida judicial contra minha pessoa, o alvo passou a ser o meu esposo.
No cumprimento de um mandado judicial em minha residência, em um procedimento que deveria ocorrer sob sigilo, havia repórteres para fotografar a ação, num claro vazamento de informações com um único objetivo: o de macular minha imagem.
Isso sim deve ser apurado, o vazamento das informações com má-fé se enquadra na nova lei de abuso de autoridade.
É preciso registrar que o mandado não tinha como alvo a minha pessoa e, pelas informações iniciais apuradas, tinham como fundamento prova obtida unilateralmente e passível de adulteração, sem a fé pública necessária, razão pela qual, o sigilo das investigações e a não exposição minha e do meu esposo deveria ser o norteador dos procedimentos judiciais e policiais.
Ressalto ainda que a proximidade de decisões políticas importantes da cidade, faz com que adversários inconformados com reiteradas derrotas políticas, tentem atacar novamente a minha imagem de vereadora e, lamentavelmente, utilizam minha família como alvo, a quem peço desculpas por todo desconforto.
Estou na vida pública há dezesseis anos e me orgulho muito de ter a ficha limpa. Os gestores públicos estão sujeitos a investigações dos diversos órgãos e é natural que respondam a processos, mas contra mim não recai absolutamente nenhuma conduta que me desabone, nesses anos todos.
O que diz a Polícia Civil
Também por meio de nota, a Polícia Civil confirmou que na manhã desta terça-feira (22), por meio da DIC/PCSC de Itajaí, com o acompanhamento da Corregedoria da Diretoria de Polícia do Litoral da Polícia Civil, cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência de um agente da Polícia Civil de Santa Catarina.
Na operação foi apreendido o celular do policial. Segundo a investigação, ele é suspeito de ter instalado rastreadores no veículo de duas pessoas de Itajaí. O policial é suspeito do crime de perseguição, artigo 147-A do Código Penal.
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