Filiado ao Patriota, o cacique foi candidato a prefeito de Campinápolis (MT) em 2020 - Foto: Reprodução de vídeo
A prisão temporária do cacique José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Tsereré, motivou os protestos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em Brasília, na noite de segunda-feira (12).
A pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a prisão do indígena, pelo prazo inicial de dez dias, por supostas condutas ilícitas em atos antidemocráticos na capital federal.
O homem, de 42 anos, se apresenta como pastor missionário evangélico e líder xavante da Terra Indígena Parabubura. Filiado ao Patriota, o cacique foi candidato a prefeito de Campinápolis (MT) em 2020. Com somente 9,7% dos votos, ele não foi eleito.
Apoiador de Bolsonaro, o líder indígena usa as redes sociais para fazer críticas e ameaças a Moraes. Também já publicou vídeos alegando algum tipo de fraude nas eleições deste ano e afirmando que “Lula não foi eleito”.
Moraes disse que as condutas do investigado, “amplamente noticiadas na imprensa e divulgadas nas redes sociais, se revestem de agudo grau de gravidade e revelam os riscos decorrentes da sua manutenção em liberdade, uma vez que Serere Xavante convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos”.
Segundo a PF (Polícia Federal), Serere Xavante teria realizado manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais de Brasília, principalmente em frente ao Congresso Nacional, no aeroporto, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde o presidente e o vice-presidente da República eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, respectivamente, se hospedaram.
Em um vídeo gravado na sede da PF em Brasília, após a sua prisão, Xavante pediu aos manifestantes que não se envolvam em “briga ou confronto”.
“Meus amigos, irmãos, povo brasileiro, cacique e líderes. Estou bem, graças a Deus, e estou em paz. Quero pedir: como eu tenho amado os senhores, se os senhores me amam também, me consideram, eu quero pedir para que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial e venham viver em paz.
E não pode continuar o que aconteceu, infelizmente, essa destruição dos carros, ataque à sede da PF”, declarou.
“Sabemos que somos povo santo, povo de bem, povo que não compactua com derramamento de sangue, briga e conflito.
A nossa briga não é contra as pessoas humanas. É contra as potestades espirituais, Deus abençoe a todos”, completou o indígena.
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