O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson TorresAntonio Cruz/Agência Brasil
Anderson Torres foi preso, neste sábado (14), pela Polícia Federal (PF) em Brasília após chegar de viagem dos Estados Unidos.
Ele foi o primeiro a sair do avião, foi recebido por um delegado da PF e levado ao Complexo Penitenciário da Papuda.
O nome do ex-ministro da Justiça ganhou destaque nos últimos dias. Ele esteve à frente da pasta durante parte do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Ex-secretário de Segurança Pública do DF, ele foi exonerado do cargo e teve prisão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, no domingo (8), após os atos antidemocráticos em Brasília. Ele foi acusado de omissão diante dos atos criminosos.
Na última quinta-feira (12), a Polícia Federal informou que, durante ação de busca e apreensão realizada na casa do ex-ministro, foi encontrada uma proposta de decreto par que Bolsonaro instaurasse estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reverter o resultado da eleição presidencial, da qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso.
Em manifestação pelo Twitter após a divulgação do material, Torres disse que o material seria descartado e foi usado para “alimentar narrativas falaciosas” contra ele.
Torres está em viagem no exterior e, segundo seu advogado, voltará “em breve” para o Brasil.
Na segunda-feira (9), pelo Twitter, o ex-secretário publicou um pronunciamento dizendo que foi “surpreendido pelas lamentáveis cenas” em Brasília durante seu “segundo dia de férias”.
“Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos. Estou certo de que esse execrável episódio será totalmente esclarecido, e seus responsáveis exemplarmente punidos”, escreve o comunicado.
Quem é Anderson Torres
Natural de Brasília (DF), Anderson Gustavo Torres, 45, é delegado da Polícia Federal, formado em direito pelo Centro Universitário de Brasília (CEUB) e especialista em ciência policial, investigação criminal e inteligência estratégica pela Escola Superior de Guerra (ESG).
Ele foi responsável pela coordenação das principais investigações voltadas ao combate ao crime organizado na Superintendência da Polícia Federal, em Roraima, entre 2003 e 2005.
Torres também coordenou investigações e operações policiais voltadas ao controle de precursores químicos desviados para a produção de drogas no Brasil e na América do Sul e atuou, entre 2007 e 2008, como responsável pela atividade de inteligência da Polícia Federal na repressão a organizações criminosas de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
No período de 2008 a 2011, teve sob sua responsabilidade a administração da parte técnica e logística da Diretoria de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal.
Em 2019, ele recebeu o Prêmio de Direitos Humanos, e a Medalha do Mérito Buriti, pelos relevantes trabalhos prestados à sociedade e ao Governo do Distrito Federal.
De 2019 até abril de 2021, esteve à frente da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, onde foi responsável pelos menores índices de homicídios da capital federal nos últimos 41 anos.
Torres deixou a Secretaria para assumir o Ministério da Justiça, substituindo André Mendonça, durante o governo Bolsonaro.
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