Adauto Ribeiro Repórter com informações da Agência Brasil
Número corresponde ao total de pacientes diagnosticados nas duas UPAs de Florianópolis; origem do sintoma permanece desconhecida.
A Secretaria de Saúde de Florianópolis registrou 738 casos de diarreia até este sábado (7). O cenário passou a ser considerado epidemia na sexta-feira, após o número de registros ultrapassar a média prevista para o período. A origem permanece desconhecida.
Os casos cresceram significativamente nos últimos dias. Até esta sexta, eram 578 notificações – um aumento de 160 registros em apenas 24h.
Cabe ressaltar que o número deve ser maior, uma vez que nem todas as vítimas procuram as unidades sentinelas. Os casos foram registrados nas duas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).
Os pacientes apresentam sintomas leves, sem maior gravidade, como vômitos, dores abdominais e diarreia – caracterizada pelo aumento do número de evacuações e pela eliminação de fezes amolecidas ou líquidas.
A região Norte da capital catarinense concentra o maior número (558) de casos, mas a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Sul da ilha, localizada no Campeche, também atendeu a 180 pessoas com as mesmas queixas até então.
De acordo com a secretaria municipal, o agente causador do surto repentino ainda é desconhecido e os casos registrados estão sendo analisados em busca de um possível elo que aponte a origem do mal-estar.
A Secretaria de Saúde de Florianópolis encaminhou amostras dos casos para o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina). Com a análise do material, o laboratório deve identificar o que está por trás da explosão de casos de diarreia na Capital.
Possíveis causas
Segundo o Ministério da Saúde, episódios de desarranjo intestinal costumam ser causados por micro-organismos prejudiciais à saúde (bactérias, vírus, fungos e protozoários) presentes na água ou em alimentos contaminados ingeridos pelas pessoas.
Ainda que, na maioria das vezes, não represente uma grande ameaça, a diarreia pode causar desidratação, levando à morte em casos mais severos. Daí a importância de quem apresente os sintomas ingerir líquidos (água, soro, sopas e sucos) a fim de se manter hidratado e procurar se alimentar adequadamente.
A Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis também orienta os moradores e visitantes da ilha a tomarem muito cuidado com a alimentação, sempre verificando a procedência dos alimentos e bebidas que ingerir, bem como as condições de armazenamento e acondicionamento dos mesmos e evitar a exposição excessiva ao sol e calor e a águas poluídas.
Cuidados
“As diarreias de verão têm muita a ver com a contaminação de águas e alimentos”, explica o infectologista Valter Araújo. “A purificação das águas e as medidas de segurança alimentar são as coisas básicas que as vezes, no verão, caem por terra”.
Deve-se evitar que os alimentos fiquem fora de refrigeradores por mais de duas horas. As carnes devem ser bem cozidas e as mãos devem ser lavadas antes de cozinhar e ingerir alimentos.
Ana Vidor, gerente da vigilância epidemiológica de Florianópolis, orienta os seguintes cuidados:
lavar as mãos com frequência e utilizar álcool gel;
cuidar com a origem dos alimentos e bebidas, prestando atenção na refrigeração correta;
alimentos devem estar bem armazenados;
moradores e banhistas devem consumir em locais fiscalizados;
evitar excesso de bebidas e frituras, que podem irritar o estômago;
evitar locais com aglomeração e lavar as mãos frequentemente nesses locais;
respeitar as recomendações de balneabilidade;
caso esteja com diarreia e vômito, é recomendo ficar em casa e evitar se expor ao sol.
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