A trama para o golpe teve participação crucial de Anderson Torres que demitiu equipe que monitorava golpistas no DF
Anderson Torres era ministro da Justiça no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); após deixar o cargo, foi nomeado para Secretaria de Segurança Pública do DF| Carolina Antunes/PR
Exonerados pelo ex-secretário atuavam na inteligência contra atos e tinham experiência na área.
O agora ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, trocou o comando da equipe de inteligência e operações especiais da secretaria assim que assumiu o cargo.
Os exonerados vinham atuando em atos e manifestações e tinham experiência na área. Entre eles, estão George Estefani, subsecretário da Subsecretaria de Inteligência, e Milton Rodrigues Neves, da Secretaria Executiva de Segurança Pública.
Milton Rodrigues, Delegado de Polícia Federal, coordenava toda a parte de operações da polícia do DF. George Estefani, Delegado da Polícia Civil, encabeçava trabalhos de inteligência na secretaria. As exonerações foram publicadas no Diário Oficial do DF do dia 3 de janeiro.
No lugar de Milton, foi nomeada Marília Ferreira de Alencar, Delegada da Polícia Federal que trabalhou com Anderson Torres no Ministério da Justiça como Secretária de Operações Integradas.
Para o cargo de George, foi nomeado o também delegado da PF, Fernado de Souza Oliveira, que atuou como Diretor de Operações do Ministério da Justiça do estado de São Paulo.
Exonerações publicadas no Diário Oficial do DF, no dia 3 de janeiro de 2023 | Reprodução
Anderson Torres era ministro da Justiça no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Logo depois de deixar a pasta, ele foi nomeado pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), como secretário de Segurança Pública. No entanto, neste domingo (8.jan), após manifestantes golpistas invadirem e depredarem as sedes dos Três Poderes, Torres foi exonerado do cargo.
No mesmo dia, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou pedido de prisão do ex-secretário ao Supremo Tribunal Federal (STF) por possível omissão no caso dos atos de vandalismo. O ministro Alexandre de Moraes afirmou que a atuação de Torres está sendo apurada e afastou, por 90 dias, Ibaneis Rocha do cargo de governador.
De acordo com Moraes, o descaso e a conivência de Torres só não foram mais "acintosos" do que a conduta "dolosamente omissiva do governador do DF, Ibaneis Rocha, que não só deu declarações públicas defendendo uma falsa "livre manifestação política em Brasília", como também ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança semelhante aos realizados nos últimos dois anos".
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