Print de um assalto com vítima fatal por causa de um celular - Foto Reprodução
Postagens anti Lula que circulam nas redes sociais colocam em contraste sua fala com situações que com certeza, não seja a que ele estava imaginando quando proferiu o discurso, e tanto Lula quanto o povo, não são exímios conhecedores da norma culta ou sabem, principalmente em momentos de grande emoção, se expressarem da forma mais adequada.
Em 8 de novembro de 2019, em discurso após sair da prisão, Lula aborda o tema da violência social vivida no Brasil e da desonestidade do Estado que fomenta a violência policial contra os pobres, disse ele: "Eu não posso ver mais jovem de 14, 15 anos assaltando e sendo violentado, assassinado pela Polícia, às vezes inocente, ou às vezes porque roubou um celular."
Lula se refere na fala, aos crimes de menor gravidade, aqueles que não envolve a prática do latrocínio, são crimes onde a vítima não é assassinada pelo ladrão, mas que é brutalmente assassinado pelo Estado (polícia). Também não está justificando o crime de menos gravidade que o latrocínio, mas falou que de modo igual a polícia, que representa o Estado, leva a sociedade a esta condição de descalabro. A polícia comete crimes que são aceitos por todos, pela sociedade, pela mídia e até por certas organizações religiosas, mas que ele não tolera mais esse tipo de injustiça social.
De modo algum, Lula está apoiando o crime ou justificando que os jovens devam cometer crimes. Tudo isso é um equívoco muito grande, a forma como ele se expressou no calor da emoção. Todos sabem que Lula não tem uma excelente desenvoltura com as palavras e com as articulações de frases para expressar o seu raciocínio e nesse ponto, ele as vezes exprime pensamentos passíveis de má interpretação porque ele não é bom de oratória, no âmbito da norma culta.
O faro é que Lula não está defendendo bandido assassino, mas trazendo a tona a hipocrisia social que exige o rigor da aplicação lei e até o assassinato policial para punir pobres e negros, mas que deixa passar ao largo a omissão social do Estado, a falta de oportunidades para a juventude pobre e negra do Brasil, as ações criminosas da polícia além da violência e ilegalidades policiais fomentadas de todas as formas pelo presidente Bolsonaro.
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