Um verdadeiro arsenal no combate à violência contra a mulher, com serviços públicos e a população convidada a denunciar
Jornalista Adauto Ribeiro com informações da Ascom — Câmara de Vereadores
Este foi o clima na Câmara de Itabuna na terça-feira (30), véspera de acabar o “Agosto Lilás” e mês dos 16 anos da lei Maria da Penha. Presidente da sessão, a vereadora Wilma de Oliveira (PCdoB) lembrou que “o enfrentamento perpassa pela conscientização da nossa sociedade, homens e mulheres”.
Mesa composta por militantes e autoridades femininas - Foto/Ascom
A titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), Sione Porto, informou que já tem atendimentos sendo marcados para 2023.
“Os casos mais graves passam na frente; atendemos não só as mulheres vítimas de violência, estamos com um número grande de abuso sexual contra crianças e adolescentes e tem os idosos, vítimas de maus-tratos”, pontuou.
Entrevista com a delegada Sione Porto
Delegada Sione Porto — Titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM)
A delegada titular da DEAM, quando perguntada pela nossa reportagem sobre a persistência das agressões masculinas contra mulheres, ela foi taxativa ao dizer com outras palavras que é uma questão de machismo arraigado na criação dos meninos.
Elos no processo de acolhimento às vítimas, são instrumentos a Ronda Maria da Penha e a Patrulha Guardiã Maria da Penha, ligada à Guarda Civil Municipal.
Até este momento de 2022, computam 41 mulheres assistidas por medidas protetivas. Primeiro passo, a denúncia pode ser feita pelo telefone (73) 3214-8285.
“A patrulha pode dar apoio 24 horas, mesmo a mulher ainda sem medida protetiva. Quando ela diz sim, é tudo que precisamos. Buscamos mulheres que estão no ciclo da violência e, no entanto, não encontraram forças na percepção de que há uma rede para dar todo o apoio que ela precisa”, afirma a Inspetora Núbia Oliveira, da Patrulha Guardiã.
Entrevista com a Tenente Priscila Ceuta
Tenente Priscila Ceuta — Comandante da Ronda Maria da Penha
Uma das principais autoridade da estrutura das medidas de proteção a mulher, falou ao nosso blog que o trabalho consiste também em educar o homem para que não se utilize do recurso da violência contra a mulher pois é crime e também uma qualificadora que agrava a penas nos casos de crimes contra a mulher.
A comandante da Ronda Maria da Penha, Tenente Priscila Ceuta, também analisou as razões para redução no número de casos:
“As mulheres estão tendo coragem de quebrar o ciclo da violência. Cada vez mais, não estão permitindo ser violentadas. Seja de maneira física, sexual, psicológica, econômica…”, justificou.
Para a presidente da Comissão da Mulher na OAB-Itabuna, Larissa Moitinho, a sensação é que a mulher está sempre precisando ratificar seus direitos.
“A todo momento, temos que estar debatendo sobre violências que já existem há muito tempo e a sociedade teme em insistir em dar invisibilidade à sua existência. Enquanto advogada, já clamo por maior atenção dos órgãos de enfrentamento. Precisamos estar de mãos dadas”, argumentou.
A presidente do Conselho da Mulher, Célia Evangelista, destacou o papel daquele espaço na elaboração de políticas públicas.
Parceira para a realização daquela sessão, a jornalista Vitória Santana citou o entusiasmo ao ver o dia-a-dia daquelas mulheres comandando instrumentos tão importantes na defesa da classe feminina.
“Me dei conta de que podemos nos envolver, colaborar, dar apoio; é também uma forma de contribuir com a cidade”, afirmou.
Por sua vez, a presidente do CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher), Juliana Reis, completou trazendo um trabalho para oferecer alternativas de recomeço às vítimas de agressão. Entre os serviços, apoio jurídico, psicológico, assistente social e grupo de artesanato.
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